Quando a primeira temporada de Loki estreou, em 2021, a série foi um marco no Universo Cinematográfico da Marvel. Trouxe humor, emoção, filosofia do tempo e apresentou de forma definitiva o conceito de multiverso. Quase três anos depois, a segunda temporada chegou com a missão de continuar essa história — e, de certa forma, salvar o interesse do público no multiverso.

Mas será que ela conseguiu? Ainda faz sentido investir nesse conceito? Ou a Marvel já passou do ponto?

Se você está se perguntando se vale a pena assistir a nova temporada ou se o multiverso ainda convence, fica aqui comigo. Vamos conversar de forma direta, sem enrolação, e sem spoilers pesados.

Onde a temporada começa?

A segunda temporada começa exatamente onde a primeira terminou. Loki (Tom Hiddleston) está lidando com as consequências do encontro com Aquele Que Permanece, e o caos temporal já começou.

A AVT (Autoridade de Variância Temporal) está em colapso, as linhas do tempo se multiplicam sem controle e ninguém sabe o que vai acontecer com o multiverso. Loki precisa correr contra o tempo — literalmente — para impedir uma catástrofe ainda maior.

A sensação é de urgência desde o primeiro episódio. E isso já deixa claro: a segunda temporada não quer enrolar. Ela quer responder, amarrar e emocionar.

O tom da segunda temporada

Se a primeira temporada foi mais filosófica e misteriosa, a segunda tem um tom mais emocional e humano. Ainda tem ação, ainda tem viagem no tempo, mas o foco está nas relações entre os personagens.

Loki não é mais só um vilão tentando entender seu lugar no universo. Ele está mais maduro, mais centrado, mais disposto a sacrificar por algo maior. Tom Hiddleston entrega aqui uma das melhores atuações de toda a sua trajetória como o Deus da Trapaça.

E não é só ele que brilha.

O elenco continua excelente

  • Sophia Di Martino (Sylvie) volta com força e traz conflitos bem humanos. Ela quer viver em paz, longe do caos, mas é puxada de volta para o drama temporal.
  • Owen Wilson (Mobius) mantém o carisma de sempre, mas ganha camadas mais profundas. A relação dele com Loki é, de longe, um dos pontos altos da temporada.
  • Ke Huy Quan (Ouroboros) é a grande novidade do elenco. E rouba a cena. Seu personagem traz leveza, inteligência e uma energia única.
  • Jonathan Majors (como variantes de Kang) aparece menos do que muitos esperavam, mas quando está em cena, entrega intensidade e complexidade.

O elenco inteiro funciona bem. Não tem personagem jogado ou sem propósito. Todo mundo tem um arco, um papel e uma função clara na história.

O multiverso ainda faz sentido?

Essa é a pergunta mais importante da temporada — e talvez, da fase atual da Marvel.

Depois de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, “Doutor Estranho 2” e “Homem-Formiga 3”, muita gente começou a se perguntar: o multiverso está confuso demais? Ainda tem lógica? Ou já virou bagunça?

Loki, felizmente, consegue trazer clareza.

A série mostra que o multiverso não é só desculpa para fan service ou participações especiais. Ele é uma questão de identidade, de escolhas, de sacrifícios. A ideia de múltiplas versões de si mesmo ganha um peso emocional muito forte aqui.

Ao invés de correr atrás de cenas épicas ou cameos aleatórios, Loki foca no que importa: o que significa ser você mesmo em um universo onde tudo pode ser diferente?

E é aí que a série brilha.

Os efeitos visuais: agora sim

Na primeira temporada, os efeitos já eram bons. Mas agora, com mais investimento e experiência, a série entrega imagens de altíssima qualidade.

Desde os corredores infinitos da AVT até os saltos temporais caóticos, tudo tem textura, profundidade e estilo próprio.

Os figurinos também merecem elogios. Cada linha do tempo, cada ambiente, cada versão alternativa tem um cuidado estético notável.

É uma produção visualmente caprichada, sem cara de “série de segunda linha”. Aqui, dá pra sentir o peso de algo importante dentro do MCU.

A trilha sonora continua marcante

A música original da série continua sendo uma das melhores já feitas para o universo Marvel.

Com composições misteriosas, épicas e emocionantes, a trilha consegue ampliar a tensão nas cenas certas e tocar fundo nos momentos mais introspectivos.

É o tipo de trilha que gruda na cabeça e ajuda a contar a história.

E o final? Fechou bem?

Sem spoilers, mas sim: o final da segunda temporada é digno de respeito.

Ele consegue ser emocionante, simbólico e surpreendente, sem forçar reviravoltas gratuitas.

Loki tem um arco completo. Uma jornada que começou lá atrás, como um vilão invejoso, chega aqui ao ponto mais alto de redenção, maturidade e propósito.

É um final que pode, sim, emocionar de verdade. E que deixa uma marca profunda em quem acompanhou a série desde o começo.

Tem ligação com os filmes?

Sim, mas de forma sutil.

A série prepara o terreno para o futuro da Marvel, especialmente em relação ao Kang e à dinâmica do multiverso. Mas ela não depende dos filmes para fazer sentido.

Você pode assistir apenas as duas temporadas de Loki e ter uma história completa e bem amarrada.

Ao mesmo tempo, quem já viu os filmes vai captar referências e entender melhor o que pode vir por aí.

Vale a pena assistir?

Sim. Mesmo que você tenha se decepcionado com alguns filmes recentes da Marvel, Loki – Temporada 2 recupera a essência do que fez o MCU ser tão querido.

Ela mistura mitologia, emoção, humor e ficção científica de forma inteligente e sensível. Não é uma série perfeita, mas é uma das mais consistentes que a Marvel lançou até agora.

E mais importante: ela respeita o público. Não subestima, não enrola, não se perde no fan service. Conta uma boa história, com bons personagens, e entrega um final digno.

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13 de abril de 2025